ECONOMISTA DA ACSP REFLETE SOBRE ADOÇÃO DE FERIADO PROLONGADO

Em artigo publicado no Diário do Comércio, o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) criticou mais uma adoção de feriado prolongado, por parte da Prefeitura, como reação ao agravamento da pandemia do coronavírus na cidade. A medida cria um feriadão que começou no dia 26 de março e terminará em 4 de abril.

“Parece que a decisão do governo municipal se encaixa mais na hipótese de ‘fazer alguma coisa’ bastante drástica, mas que não necessariamente será eficaz para os objetivos que se pretende”, escreveu Marcel Solimeo, para quem é preciso avaliar a relação custo/benefício da decisão do prefeito Bruno Covas.

“Parar a capital econômica do Brasil, com todo o resto do país funcionando, certamente terá impacto além das fronteiras paulistanas. Os compromissos comerciais, financeiros e tributários continuarão a vencer sem respeitar os feriados paulistanos com todas as implicações para as empresas atingidas pela restrição”, lembrou Solimeo.

O economista chama a atenção para o problema de que os setores autorizados a funcionar, por serem considerados essenciais, terão significativo aumento de custos, pois terão que pagar o dia em dobro, uma vez que é difícil dar outro dia de folga ao trabalhador para compensar tantos feriados. Segundo ele, seguramente o aumento de custos será repassado ao consumidor.

“Será que não haveria alternativas mais eficientes e com menor custo econômico e social para se buscar o objetivo visado? Será que já não passou da hora de parar de adotar medidas unilaterais e buscar dialogar com os agentes econômicos e a sociedade, como atingir os mesmos objetivos que são do interesse de todos? Acho que é um direito dos empresários e dos cidadãos cobrarem um balanço do que foi feito até agora e exigirem participar das discussões com vista a conciliar a defesa da vida, objetivo de todos, com uma visão mais ampla das medidas e consequências. Isolamento e o que mais se pretende fazer?”, finaliza o artigo.

Por ACSP