Em palestra de jovens da ACSP, Flavio Rocha defende um novo modelo tributário

 

São Paulo, 22 de junho de 2022 – Flávio Rocha, ex-deputado e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Guararapes, proprietário das Lojas Riachuelo, foi o convidado da reunião desta terça-feira, 21 de junho, do Fórum dos Jovens Empreendedores (FJE) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O executivo deu uma verdadeira aula sobre o impacto das mudanças tecnológicas, a influência da pandemia (que ampliou o uso da tecnologia), e como o modelo tributário brasileiro vai precisar se adaptar à nova realidade do varejo no País.

A reunião foi coordenada pelo diretor da Faculdade do Comércio (FAC) e coordenador do FJE, Wilson Victorio Rodrigues, e pelo presidente da ACSP, da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait Neto.

Em sua palestra, Rocha falou sobre a trajetória do grupo Guararapes, fundado pelo pai do executivo, Nerlando Rocha, em Recife, nos anos de 1956. Em Natal, no Rio Grande do Norte, ele teve sua primeira fábrica.

Em 1979, a Guararapes adquiriu as lojas Riachuelo, expandindo sua atuação para o varejo têxtil, área responsável pelo maior crescimento do Grupo. Atualmente, Guararapes é o maior grupo empresarial de moda do Brasil e controlador da rede varejista Lojas Riachuelo com 364 unidades espalhadas por todo o território nacional.

Apesar do gigantismo e da tradição do grupo, Rocha afirmou que não vai se tornar uma Kodak, empresa americana que não acompanhou as novas tecnologias digitais e acabou falindo. “Já chegamos ao varejo 3.0 e estamos construindo uma estratégia para o novo ambiente digital de negócios, ou seja, com lojas voltadas para o lifestyle”, disse. “Estamos utilizando os superpoderes da tecnologia e os nossos dados, que são o combustível para propor ao cliente algo apropriado aos hábitos e às escolhas das famílias.”

Rocha lembrou também do grande desafio em concorrer com os chamados marketplaces na internet. Os sites são chamados por ele de camelódromos digitais e representam um enorme desafio para as empresas brasileiras estabelecidas e para a área tributária do País.

Ele lembra que é preciso também pensar em algo novo, além de apenas da reforma de um sistema tributário já superado. A ideia é criar um modelo que permita tributar todas as transações comerciais.

“Apesar dos desafios, as autoridades fiscais estão atentas e vejo com otimismo a possibilidade de criarmos um imposto digital que possa contribuir para a formalização e tributação dessas transações.”

Por ACSP