São Paulo, 26 de abril de 2024 - A reunião de quinta-feira (26) do Conselho de Orientação e Serviços (COS/ACSP) teve como palestrante o professor da FIA e da USP, Armando Lourenzo, que palestrou sobre As Melhores Práticas na Sucessão nas Empresas Familiares. Conduzida pelo coordenador do COS, Humberto Gouveia, a reunião contou também com a participação de especialistas, empresários e associados da ACSP.
O professor Lourenzo iniciou sua fala destacando alguns pontos sobre a questão da sucessão familiar, lembrando que apenas 33% das empresas familiares conseguem ter êxito no processo de sucessão, se considerarmos a segunda geração. Na terceira geração este percentual cai para 5%, já que devemos considerar um número ainda maior de candidatos.
Entre os fatores que determinam os problemas na sucessão estão: conflitos pessoais entre os familiares dos fundadores, confronto de gerações, de preferência por um filho, diferença de afinidades, o fato do sucessor não ter o talento ou vocação para o cargo. Nesse sentido, a solução do embate familiar contribui e evita problemas nos resultados da empresa.
Família x empresa
Lourenzo aponta ainda que o bom relacionamento contribui para o sucesso do processo. “O êxito na sucessão está ligado, principalmente, a integração familiar que tem uma comunicação fluida, que compartilham o espaço de convivência social e tem alguém da família que cuida dessa harmonização familiar.” Um outro ponto importante é a preparação adequada, profissional e técnica do sucessor. A educação é fundamental, mas não determinante para garantir que o sucessor esteja pronto para administrar a empresa familiar.”
Outro ponto importante é que o sucessor leve em consideração o aconselhamento dos mais seniores e a experiência pessoal que contribui para a sua formação como líder. Além disso, ele precisa trabalhar em outras empresas como afirma o palestrante: “A passagem por uma empresa internacional pode ser valiosa para a formação de um sucessor, para que ele seja bem-sucedido”. Outro ponto importante é a saída dos fundadores do dia a dia da empresa e a passagem deles para o Conselho. Aliás, segundo Lorenzo, é relevante que cada membro da família saiba qual é o seu papel na empresa, já que alguns trabalham no negócio e outros, apesar de serem sócios, não atuam.
Governança
Para o professor é fundamental todo o processo de sucessão seja feito de maneira gradual com a definição clara do papel de cada um e a construção de uma governança que tenha como referência o Conselho da Empresa. O protocolo da participação da família na empresa deve levar em consideração a função de cada um, a formação do conselho da política interna da empresa, a questão financeira e a participação e remuneração de cada um.
Lourenzo finalizou sua palestra lembrando que o alinhamento estratégico, clareza do negócio e valores da empresa devem estar claros para todos os sócios para a condução do negócio e para encaminhar a solução dos problemas, evitando problema clássico da centralização das decisões.
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Por ACSP