ENCONTRO NA ACSP DISCUTE SOLUÇÕES PARA RECUPERAÇÃO DO LÍBANO

A recuperação econômica do Líbano, por meio da criação de um Fundo de Segurança (Trust Fund), foi tema de um encontro sediado em 06 de Julho, pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A iniciativa de criação do fundo é do governo libanês e conta com o apoio do governo brasileiro.

A explosão do Porto de Beirute, capital do Líbano, que deixou ao menos 163 mortos e mais de 6 mil feridos, ocorreu há dez meses e ainda causa reflexos na economia. O país viu seu Produto Interno Bruto (PIB) encolher 19%; inflação em 119% ao ano, além da desvalorização da moeda nacional e demissões em massa. Segundo o Banco Mundial, esta é uma das piores crises econômicas do mundo desde 1850. O banco ainda prevê encolhimento de 9,5% este ano.

Após uma breve apresentação sobre as dificuldades do país feita pela embaixadora do Líbano no Brasil, Carla Jazzar, os participantes do evento discutiram como viabilizar com mais celeridade a ajuda para “salvar o país”.

De acordo com uma pesquisa autodeclaratória feita pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em julho do ano passado, 11,6 milhões de brasileiros são descendentes de árabes: destes, 27%, ou 3,1 milhões, são especificamente libaneses. O Brasil tem, portanto, a maior comunidade fora do Líbano.

O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alfredo Cotait Neto, pediu, em nome do embaixador do Itamaraty, Sidney Romeiro, a isenção de impostos nos casos de ajuda humanitária. “Fizemos um esforço coletivo e na hora de enviar os recursos para os hospitais necessitados, 35% ficam retidos como imposto. Não está correto. Temos que ter uma regulamentação específica para garantir a isenção de impostos.”

Cotait frisou também que a ACSP está à disposição para ajudar em mais ações humanitárias. “Temos um grupo de deputados na Câmara que está trabalhando para fazer emendas para três grupos específicos de ações que o Brasil está fazendo agora no Líbano. Devemos realmente nos unir para ajudar o nosso Líbano.”

Romeiro, por sua vez, salientou os esforços do governo brasileiro para socorrer o país. Entre elas, a ajuda humanitária enviada logo após a explosão em Beirute e a criação de uma pauta mais robusta de investimentos, com objetivo de aumentar a presença empresarial de brasileiros na economia libanesa. “Os governos brasileiros e libanês têm acionado interlocutores políticos, diplomáticos e atores do setor privado para impulsionar os laços comerciais e de investimentos entre os países”, afirmou.

Romeiro lembrou que desde 2014, com a chancela de um acordo de cooperação econômica, os dois países têm avançado nas negociações para a assinatura de livre comércio. “O governo brasileiro está seguro de que o acordo gerará benefícios mútuos porque facilitará a entrada de produtos de nicho cuja fabricação impulsionará os complexos industriais de cada país”, disse.

Participaram do encontro, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do estado de São Paulo (Facesp), Alfredo Cotait Neto; o embaixador do Itamaraty Sidney Leon Romeiro, diretor do departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores no Brasil; o ex-presidente Michel Temer; o cônsul geral do Líbano em São Paulo, Rudy El Azzi; o embaixador Osmar Chohfi, presidente da diretoria da Câmara de Comércio Árabe Brasileira; o presidente da Federação Muçulmana do Brasil (FAMBRAS), Mohamad El Zoghbi;  o diretor da Câmara de Comércio Brasil Líbano (CCBL), Guilherme Mattar; o secretário Geral da CCAB, Temer Mansour; o presidente do Clube Atlético Monte Líbano, Marcos Zarzur; o presidente da Diretoria do Esporte Clube Sírio, Marcos Demetrio Haik; o embaixador Affonso Massot; e o presidente da TV Cultura, José Roberto Maluf, entre outros.

O evento foi transmitido ao vivo nos canais da ACSP no YouTube e no Facebook.

Por ACSP