ENDIVIDAMENTO DIFICULTA ENCERRAMENTO DAS ATIVIDADES PELOS LOJISTAS

A situação financeira dos lojistas de shoppings centers, que já estava ruim em 2020 com a deflagração da pandemia, piorou nos primeiros meses deste ano, com as novas medidas do governo que fecharam praticamente todo o comércio no Estado de São Paulo.

Para tentar conter o crescente endividamento, os lojistas promoveram uma enxurrada de ações na Justiça, em busca de condições melhores na negociação com os donos dos centros comerciais. O endividamento dos comerciantes chegou a tal ponto que os impede até de encerrar as atividades.

“Se eu tivesse condições, fecharia hoje as quatro lojas que tenho em shoppings. Não faço isso porque não consigo quitar as dívidas”, afirmou Rodrigo Sillos Gomes, sócio da Quadros e Cia, em reportagem publicada no Diário do Comércio.

De 2017 a 2019, Sillos Gomes estava animado com o seu negócio, período em que pulou de uma para cinco lojas em shoppings na região metropolitana de São Paulo. “Com a pandemia, mudou tudo. Todo o capital financeiro que tinha acabou, assim como os recursos obtidos por meio de empréstimos”, disse ele.

O lojista acaba de entrar com uma ação na Justiça para a troca do índice IGPM pelo IPCA no contrato de locação feito com o shopping Grand Plaza, onde fechou uma loja. “Em um ano difícil, quando o faturamento caiu pela metade, como pagar um aluguel 25% maior do que o de antes da pandemia? Não faz sentido”, questionou Sillos Gomes.

Guilherme Nalon, sócio da Giftsmart, loja de acessórios para telefones, conseguiu uma liminar da Justiça para a redução de 30% no valor dos aluguéis de março e dezembro de 2020 e janeiro deste ano em contrato com o shopping Santa Cruz, onde fechou um quiosque. “Chegamos a propor acordo quando decidimos sair, mas o shopping não aceitou, e ainda cobrou mais 30 dias de aviso prévio. Por isso, decidimos ir à Justiça”, relatou.

Procurados para comentar as disputas com os lojistas, os shoppings não retornaram os contatos da reportagem do Diário do Comércio.

Por ACSP