A série de debates da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 15 de novembro prosseguiu nos últimos dias, com as participações de Guilherme Boulos (Psol) e Arthur do Val (Patriota), dialogando com empresários na sede da entidade.
Boulos participou no dia 27 de outubro e descartou a possibilidade de uma política de privatizações caso assuma o Executivo. “Não esperem de mim privatizações, o que não significa que demonizo o setor privado”, afirmou o candidato, que não planeja passar o controle de parques para as mãos da iniciativa privada. “Somos carentes de espaços de lazer na cidade e com a iniciativa privada à frente haveria cobrança de entrada nesses locais”, disse.
Porém, o candidato do Psol não descartou as Parceria Público-Privadas (PPPs), que segundo ele teriam de ser mais criteriosas. “A Prefeitura cedeu terreno para empreiteiras levantarem moradias populares que acabaram com prestações de R$ 800,00. É política habitacional que virou política de crédito”, justificou.
Boulos disse que não são necessariamente as privatizações ou PPPs que atrairão os investidores para a capital. Para ele, esse interesse será gerado com o aquecimento do consumo, esse sim estimulado em sua plataforma. O candidato defende uma proposta de transferência de renda que prevê um auxílio mensal entre R$ 200,00 e R$ 400,00 para 1 milhão de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Conhecido por 'Mamãe Falei' por causa de seu canal no YouTube, o deputado estadual Arthur Do Val participou do Ciclo de Debates da ACSP no dia 3 de novembro. Ele disse que sua plataforma de governo se baseia em criar facilidades para o setor privado, assumindo um discurso bem distante do apresentado por Guilherme Boulos.
Do Val sugere acabar com tributos, como a Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos (TFE) e a Taxa de Fiscalização de Anúncios (TFA), que considera “inúteis e sem peso para o orçamento da cidade”. Propõe também reduzir gradualmente, até zerar, o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), cuja alíquota pode chegar a 3% do valor da transação.
Segundo ele, a perda na arrecadação pelos cortes de tributos seria compensada pelo aumento da receita de IPTU promovido pela própria redução do ITBI e pela flexibilização que propõe ao Plano Diretor. O candidato disse pretender facilitar a implantação de imóveis de uso misto na cidade, bem como querer o fim do limite de altura das construções e do recuo exigido a imóveis comerciais.
Do Val pretende ainda alterar o zoneamento da cidade para que prédios residenciais possam ser construídos em áreas nobres, como no Pacaembu e Jardim Europa. De acordo com ele, o Plano Diretor é elitista. “A madame do bairro nobre não quer ter pobre do lado. Vamos mudar isso”, afirmou o candidato do Patriota.
Por ACSP