Os dados mais recentes da FGV (Fundação Getúlio Vargas), publicados na última semana de janeiro, mostraram que o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) subiu 2,58% no primeiro mês do ano. Ao todo, a variação acumulada em 12 meses foi de 25,71%. Junto com o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), o IGP-M é utilizado como referência para corrigir valores de contratos, como os de aluguel de imóveis.
Desta vez, segundo a FGV, o resultado foi impulsionado pelo aumento nos preços das commodities e dos combustíveis, o que pressionou o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo). O indicador, que havia crescido 0,90% em dezembro, atingiu 3,38% em janeiro.
"A variação apresentada pelo minério de ferro (4,34% para 22,87%) foi a maior influência positiva do índice ao produtor, que registrou alta de 3,38%, a maior taxa de variação desde novembro de 2020, quando havia subido 4,26%”, afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços, em nota.
Entenda o IGP-M
O IGP-M é o indicador que mede a inflação de uma série de produtos e serviços em todos os estágios de produção. Na prática, ele é utilizado no reajuste de contratos de aluguel de imóveis e de algumas tarifas públicas, como as contas de luz.
Em outras palavras, quando o IGP-M está em alta, a tendência é que os contratos de aluguel também subam – como está acontecendo agora.
O preço dos aluguéis deve continuar subindo?
Em tese, como já mencionamos, os preços dos aluguéis são reajustados à medida que o IGP-M também cresce. No entanto, os especialistas dizem que também é preciso considerar outras questões, como a atual situação econômica.
Neste momento, a alta do índice ocorre em meio a uma crise de desemprego e retração na economia. No último trimestre de 2020, por exemplo, a taxa de desocupação no Brasil foi de 14,1%, segundo a agência de notícias IBGE, que divulgou os dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Desde 2012, quando a pesquisa começou a ser realizada, este foi o número mais alto já apresentado.
Considerando tudo isso, existe contexto para negociação. Para quem está buscando um novo imóvel comercial ou residencial ou está com o contrato de aluguel prestes a fazer aniversário, o melhor caminho é conversar com o proprietário ou entrar em contato com a imobiliária para fazer uma proposta de reajuste menor.
Para obter sucesso na negociação, é importante ter em mãos algumas informações: compare o valor do seu aluguel com o de imóveis vizinhos e separe documentos que comprovem sua redução de renda, se for o seu caso. Além disso, converse com a imobiliária sobre descontos para pagamento adiantado e mostre como pretende pagar o valor proposto em dia por, pelo menos, um ano. Transmitindo mais segurança ao proprietário, as chances de conseguir um “desconto” aumentam.
Por ACSP