Inflação e juros altos: como melhorar a gestão de caixa nesse período?

A alta da inflação, hoje na casa de dois dígitos (11,73% em 12 meses), afeta não somente a vida financeira dos consumidores, que perdem poder de compra. Para os negócios, esse cenário também traz sérias consequências.  

No caixa das micro, pequenas e médias empresas, os reajustes nos preços de aluguéis dos estabelecimentos, combustíveis e energia elétrica, por exemplo, podem ter um efeito devastador. 

Um levantamento recente do Sebrae em parceria com a FGV ouviu mais de 13 mil empreendedores pelo Brasil e mostrou que, para 50% dos entrevistados, atualmente o aumento dos custos é o que mais traz dificuldade para o negócio.

Para muitos, a pergunta é: o que fazer para reduzir os efeitos da inflação alta e contornar essa situação? Nesse momento, alguns pontos merecem ainda mais atenção. Confira: 

 

Preste atenção na hora de comprar 

A gente sabe que trocar de fornecedor é uma decisão importante, que deve ser pensada com cautela. No entanto, se neste momento não for possível negociar preços ou melhores condições de pagamento com eles, é hora de avaliar a possibilidade de mudar. 

Para pagar menos, talvez seja possível trocar algumas marcas, especialmente se achar que o produto final não vai perder qualidade. É hora de se abrir aos testes. 

 

Redobre o cuidado ao contratar crédito 

É importante entender que, com os juros altos, o crédito também fica mais caro. Na prática, isso quer dizer que, se você está pensando em recorrer a alguma modalidade de empréstimo ou financiamento para pagar dívidas, levantar capital de giro ou investir em expansão, é melhor pensar duas vezes e fazer um bom planejamento antes de tomar uma decisão. 

Se não houver outra saída, priorize tomar crédito com parcelas menores e, se possível, adiante prestações ao longo do contrato para amortizar os juros. Assim, será mais fácil honrar esse compromisso mesmo nos meses de menor faturamento. 

 

Separe, de uma vez por todas, as contas pessoais e da empresa

Mais do que nunca, suas contas precisam estar bem organizadas para que você consiga atravessar esse período sem problemas financeiros maiores. 

Quando você separa ganhos e gastos da empresa das suas contas pessoais, fica mais fácil identificar, por exemplo, oportunidades de reduzir despesas nos dois âmbitos. Se você ainda não faz isso, comece usando contas bancárias diferentes. 

 

Reserve um momento para pensar em como reduzir despesas

Outro ponto de compensação é a capacidade de reduzir os custos que não geram receitas e não são estratégicos agora. 

Tire um momento para fazer um “pente-fino” nas contas e procurar oportunidades de cortar, negociar ou reduzir qualquer despesa — incluindo aquelas que parecem insignificantes, mas que, juntas, podem fazer uma boa diferença no orçamento. Toda quantia economizada é preciosa. 

 

Entenda o seu público e reavalie sua precificação

Com o aumento generalizado dos preços, muito provavelmente você também precisará mexer nos valores praticados pela sua empresa para conseguir lucro. 

Nesse momento, o ideal é fazer um balanço entre a necessidade de aumentar os preços e a sensibilidade do seu consumidor em relação a possíveis alterações nos valores cobrados. 

É preciso entender se os seus clientes vão gastar menos ou até mesmo deixar de consumir o produto com a alta dos preços, o que pode piorar a situação.

O aumento nos preços permite que a empresa compense os efeitos da inflação à medida que os custos são repassados para o produto ou serviço. Assim, é possível manter o fluxo de caixa saudável. 

Ao fazer essa análise, avalie também a necessidade de comunicar o seu público de alguma forma sobre as causas que levaram ao aumento dos preços. Ao contrário do que muita gente imagina, em momentos delicados, ser transparente pode aproximar sua empresa do consumidor. 

Gostou das dicas? Esperamos que este conteúdo tenha sido útil e trazido ideias interessantes para que você e sua empresa atravessem esse período com mais facilidade. Bons negócios! 

Por ACSP