Instituto de Economia da ACSP faz a primeira reunião de conjuntura do ano

São Paulo, 8 de março de 2024 - O Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizou no dia 29 de fevereiro a sua primeira reunião deste ano do Conselho de Avaliação da Conjuntura. Coordenada pelo professor e economista Edy Luiz Kogut, o encontro contou com a presença de representantes dos vários setores da economia brasileira, que oferecem uma verdadeira radiografia da economia brasileira atual. O compromisso teve a presença do economista-chefe e superintendente da ACSP, Marcel Solimeo.

Agronegócio

O setor do agronegócio abriu a reunião com uma análise do atual momento da agricultura brasileira, lembrando que é importante que todos reconheçam a importância da agricultura como promotora da ciência, através da Embrapa, e dos pesquisadores que estão trabalhando pela adaptação da nossa agricultura às mudanças climáticas O setor prevê queda entre 15% e 20% na produção de soja e milho, em 2024, mas ainda tem bons resultados na produção de carne e frango.

Além da queda de produção, houve, também, segundo o mercado, uma redução de preços internacionais, impactando diretamente na agricultura brasileira. O governo, através do Ministro da Agricultura, já está avaliando a possibilidade de prorrogar os financiamentos de equipamentos e máquinas para o setor. Embora o preço da soja tenha registrado uma queda acentuada, ainda não houve a redução de áreas de produção que continuam em expansão. Além disso, as usinas de açúcar e álcool estão fazendo investimentos. A pecuária também sofre com a queda de preço e toda a cadeia caiu por conta da recuperação do rebanho suíno na China.

Varejo de alimentos

No setor de alimentos, políticas públicas como Bolsa Família e a melhora do poder aquisitivo por conta da redução da inflação e do desemprego colaboraram para um 2023 positivo. Apesar disso, alguns fatores e problemas relacionados aos fretes, como os ataques terroristas no Canal de Suez, e efeitos das mudanças climáticas e do El Nino, no Canal do Panamá, vêm levantando algumas dúvidas em relação ao futuro.

Comércio Eletrônico

A reunião de conjuntura fez também uma avaliação sobre o e-commerce. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o segmento teve um crescimento de 9,5%, chegando a 186 bilhões de reais, com um tíquete médio de R$ 470, além de 385 milhões de pedidos e 88 milhões de consumidores.

Apesar dos números, segundo os analistas, foi uma elevação menor do que a esperada, mas que se justifica por alguns fatores como os juros altos, o impacto no parcelamento no cartão de crédito, redução de poder aquisitivo das famílias e a retomada do comércio presencial. Para 2024, existe a expectativa de faturamento de 200 bilhões de reais, aumento da ordem de 8%, e 90 milhões de consumidores.

Indústria

O setor industrial passa por uma ligeira melhora, crescendo mais no segmento da indústria de transformação. As taxas de investimento estão baixas e o movimento de bens de capital caiu bastante, assim como o setor Eletroeletrônico. A indústria, no entanto, cresceu em alguns estados e sofreu uma queda em outros. Em 2024, o crescimento será algo em torno de 1% a 2%. O que falta, segundo os especialistas, é a necessidade de uma política industrial que permita uma abertura comercial em contraponto ao protecionismo proposto pelo governo.

Mineração

Teve um aumento de 28% e um faturamento de 339 bilhões de reais, em 2023, bem acima dos anos anteriores, e com grande aumento do volume de exportação. Foi registrado, também, ampliação dos postos de trabalho no setor e uma perspectiva de aumento de investimentos, que vem crescendo desde o ano passado.

Perspectivas

De modo geral, a primeira reunião de conjuntura concluiu que a economia brasileira deve ter um aumento do PIB, mas precisa, ainda, trabalhar pela redução de custos, redução de carga tributária e de gastos. A estimativa de crescimento é de algo em torno de 3%.

Por ACSP