MOVIMENTAÇÃO DO VAREJO EM DEZEMBRO TEVE QUEDA DE 6,3%

O varejo fechou o último mês de 2020 com uma variação negativa de 6,3%, comparado com o mesmo período de 2019. Foi o que apontou o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que tem dados fornecidos pela Boa Vista S/A. Apesar da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, havia a expectativa de um desempenho melhor por causa das compras para o Natal,pelo 13º salário,pela última parcela do Auxílio Emergencial e também pela prévia do mesmo indicador, que registrou elevação média de 41,2% nos primeiros 15 dias do mês. 

De acordo com Marcel Solimeo, economista da ACSP, os números referem-se apenas a vendas físicas. “As vendas do comércio online, que já estavam crescendo antes da pandemia, estão em franca aceleração, ainda mais em épocas favoráveis a compras por conta do distanciamento social”, disse o economista.

Os donos de lojas de rua e de shopping foram os maiores prejudicados com as vendas de dezembro. “Os dois dias que o comércio perdeu porque teve de fechar as portas para atender a determinação do Governo do Estado, que incluiu temporariamente as cidades paulistas na fase vermelha do plano de flexibilização econômica, foram decisivos para isso”, explicou Solimeo. “As lojas ficaram sem funcionar em dias importantes para o varejo, que é o momento em que as pessoas trocam os presentes e aproveitam para comprar algo mais”, complementou, apontando que a medida ainda causou insegurança ao consumidor por perder a noção de quando ele encontraria as lojas novamente abertas. 

A recuperação econômica do varejo vinha ocorrendo gradativamente desde o ápice da desaceleração das vendas, em junho, quando as medidas de flexibilização começaram a valer para o comércio. Desde então, as perdas foram se diluindo com retrações de 54,9%, 47,7%, 33,6%, 14,6%, 9,2% e 5% (junho, julho, agosto, setembro, outubro e novembro, respectivamente). Porém, a queda que era de 5% em novembro, indicando um possível crescimento para dezembro, fechou em índice negativo de 6,3%.

O cenário de incertezas para o varejo continua para 2021. “Não sabemos ainda se haverá ou não a extensão do Auxílio Emergencial ou a criação de outro benefício que possa estimular as vendas; se o comércio continuará aberto, fechado ou se a vacinação vai fazer com que as pessoas deixem o isolamento social”, afirmou Solimeo.

Por ACSP