O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, fez palestra hoje de manhã na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) sobre as principais ações do ministério. O evento foi realizado durante sessão plenária da entidade e reuniu políticos e empresários. Kassab também debateu com eles o cenário político-eleitoral.
Kassab mencionou o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações. “Pela primeira vez o Brasil tem um satélite próprio e com investimento de R$ 3 bilhões. Foi lançado no espaço e felizmente tudo deu certo. Com isso estaremos em condições, já nas próximas semanas, de dotar o Brasil de uma série de avanços, em especial no campo da internet, que vai nos levar a ter qualidades muito expressivas nos campos da educação, pesquisa e medicina”.
No campo de ciência e tecnologia, o ministro afirmou que há diversos avanços que farão com que o Brasil seja protagonista de uma série de ações. E um dos mais importantes é a mudança, em 2018, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) para o laboratório Sirius, em Campinas, “que vai nos permitir desenvolver as principais pesquisas do mundo da área da indústria, alimentação e na busca de desenvolvimento ”.
Segundo Kassab, o Sirius tem tamanho equivalente ao de um estádio de futebol e é o segundo maior do mundo em tecnologia, perdendo apenas para um na Bélgica. “O investimento já passa da casa de R$ 1 bilhão e, por esse custo, não haverá no mundo – pelos próximos 10 anos - nenhum laboratório com essa dimensão”.
Posições radicais
O ministro disse que o Brasil vive um momento muito difícil no campo moral e institucional. E que será preciso fazer um esforço muito grande para que ainda, neste ano, possa se superar essas dificuldades. “Hoje há muito desânimo e incredulidade. As eleições talvez sejam o principal, ou o único, momento disponível para que possamos superar essa fase. Eleições que serão muito difíceis num quadro muito perigoso, pois temos posições radicais se apresentando, com identidade com o eleitor brasileiro, que está indignado e acaba depositando suas esperanças nessas propostas”.
Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), manifestou preocupação com relação ao expressivo número de partidos no Brasil. “Isso afasta o cidadão da participação política. Como a sociedade pode fazer para restringir o número de partidos, com o objetivo de que eles possam ouvir mais e agir com mais profundidade sobre os problemas do Brasil?”, questionou.
“Eu estou muito otimista porque acredito que a reforma política já foi feita. Ela já está em vigência e não vai mudar mais porque é uma PEC, que para ser mudada novamente precisa de dois terços do Senado e três quintos da Câmara”, avaliou o ministro.
“A Associação Comercial de São Paulo conseguiu reunir no seu conselho lideranças de vários matizes políticos, que são equilibrados e pensam o Brasil. Eu já vim aqui várias vezes e pude notar que talvez a ACSP seja detentora dos cérebros políticos que pensam com maior sensatez”, disse Marconi Perillo, ex-governador de Goiás.
O encontro configurou também reunião-conjunta do Conselho de Economia (COE) e do Conselho Político e Social (COPS), ambos da ACSP.
Entre os participantes do evento estavam Roberto Macedo, coordenador do COE; Jorge Bornhausen, coordenador do COPS; Alfredo Cotait, vice-presidente da ACSP; Walter Ihoshi, deputado federal.
Íntegra:
Por Conselho Político e Social