Quinta edição do “Mulher Autora” recebe tataraneta de Monteiro Lobato

O Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) organizou, na tarde de ontem (7), a quinta edição do evento literário “Mulher Autora”, no espaço que leva o mesmo nome, na Biblioteca do Comércio, localizada na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A convidada especial da vez foi a tataraneta do escritor Monteiro Lobato, Zuleica Tani, que palestrou sobre sua mais recente obra: “A Boneca que Mudou o Tempo: Emília e sua visão do século XXI”.

O livro, lançado em fevereiro deste ano, explora o impacto de Emília na cultura popular, sua relevância como símbolo de autonomia e empoderamento e seu papel na promoção da inclusão e da diversidade. Trata-se de uma releitura da boneca “mais fascinante do Sítio do Pica-pau Amarelo, e uma visão particular, individual”, aponta a escritora, esclarecendo em nota, no livro, que “cada pessoa lê e entende Monteiro Lobato pelo seu próprio ponto de vista”.

“A Emília, pra mim, desde pequena, foi minha boneca favorita. Ela traz uma volta àquilo que a gente fez quando era pequeno. Ela falava tudo o que queria. Ficou dois anos sem falar e, quando aprendeu, não teve papas na língua. Então, [eu trago no livro] essa memória: o que será que ela falaria hoje? Trago uma releitura de Monteiro Lobato”, declarou.

O “A Boneca que Mudou o Tempo” está dividido em duas partes: a primeira traz a história de Lobato; a segunda, é a “História através da História” pela fala de Emília, que discorre, em capítulos, sobre as redes sociais, “mi-mi-mi”, religiões, diversidade e muitos outros temas da atualidade. Tudo em formato de diálogos entre a boneca e demais personagens do Sítio, como Narizinho, Dona Benta, Visconde de Sabugosa e Tia Nastácia.

Durante o evento, Zuleica interpretou Emília, explicando as origens da boneca e enaltecendo as qualidades e características da personagem, como sua tagarelice e peripécias, por intermédio de três bonecas-fantoches, que, ora mostrava uma Dona Benta, ora a Tia Nastácia; uma Emília criança e outra mais adolescente.

“Não tive convívio com a família [Lobato], sou tataraneta dele e trago todas as lembranças das histórias que os avós contavam. Só tive contato com uma avó, que tinha uma lembrança dele. Sou escritora que traz o sangue de Monteiro Lobato, de gostar de escrever e de literatura”, comentou a escritora, que também é conselheira do CMEC da Distrital Sudeste e se prontificou a colocar em prática, na ACSP, um workshop de escrita criativa.

Ana Claudia Badra Cotait, vice-presidente da ACSP e presidente nacional do CMEC, acompanhou o evento ao lado de Iracema Valadão, coordenadora-geral do CMEC, e parabenizou a escritora pela obra e sinalizou a importância do “Mulher Autora”. “Eu fico muito feliz de a ACSP incentivar a cultura através do CMEC. Sou muito grata, sobretudo, porque a mulher se sente prestigiada, que é o mais importante, porque não é fácil você escrever, editar, imprimir um livro. É um empreendimento e não é barato. Pra nós [CMEC], é um privilégio enorme receber essas mulheres lindas, maravilhosas, que escrevem e botam a alma nos livros”, declarou ela, apontando que essa iniciativa é “um sucesso e tem fila de mulheres pedindo para lançar livros na ACSP”.

Declaração semelhante veio de Iracema, que se orgulha de ter sido uma das idealizadoras e realizadoras do “Mulher Autora”. “Eu me orgulho muito desse projeto, justamente por divulgarmos o perfil dessas mulheres autoras, que, infelizmente, não são reconhecidas e valorizadas em nosso país”, pontuou.

O “Mulher” foi pensado para ser realizado duas vezes por ano, sendo uma edição em cada semestre. Porém, como a procura está alta, a coordenadora informa que, antes do final deste ano, haverá mais um, mas sem data definida.

SOBRE A AUTORA

Zuleica é palestrante, escritora, empresária, formada em Administração, Pedagogia e Letras; é mestre em Tecnologia Emergente e doutoranda em Educação. Além disso, é especialista em gestão do tempo, produtividade e tem habilidade em apresentar soluções holísticas, aumentando a confiança, a inspiração e lucratividade.

Um dos seus segredos é transformar o tempo das pessoas em memórias, emoções inesquecíveis, mostrando o caminho para ter tempo com a família, equilibrando trabalho e lazer. “O mundo pode ser melhor se cada um fizer o seu melhor”, enfatiza.

Veja as fotos: flic.kr/s/aHBqjCpXt1

Por ACSP - 08/08/2025