Reabertura de shoppings: o que o consumidor quer encontrar quando essa fase chegar?

Quando se fala em flexibilização das medidas de isolamento, um dos assuntos que mais geram expectativas é a reabertura dos shopping centers. E uma das questões que preocupam os empreendedores dos grandes centros comerciais é o que pode levar o consumidor ao shopping novamente e fazê-lo se sentir seguro e confortável nesse ambiente.

A pandemia mudou os hábitos de toda a sociedade — e não apenas no que diz respeito à saúde e à higiene. Ao que parece, as prioridades e desejos de consumo também estão se transformando.

Para entender como os clientes devem interagir e o que eles esperam encontrar nos shoppings após a pandemia, a empresa de pesquisa WD Partners fez um levantamento recente e identificou algumas tendências importantes. Veja, a seguir:

Alimentação em foco

Supermercados, mercearias e restaurantes lideram a lista de desejos dos consumidores. Durante o estudo, os entrevistados afirmaram que a facilidade de encontrar produtos relacionados à alimentação para a família será um critério importante para que eles voltem aos shoppings.

Bem-estar
Outros serviços que a população espera encontrar com facilidade são aqueles relacionados à saúde e bem-estar: clínicas para exames e locais onde possam manter uma rotina de exercícios, como academias, também entraram na lista de desejos dos consumidores.

Outro ponto que muitos destacam é a criação de espaços de áreas verdes,  ideia centrada na criação de ambientes semelhantes aos dos parques. Trazer essa sensação de “liberdade” para o público depois de tanto tempo de isolamento será, sem dúvida, um dos grandes desafios dos shoppings centers.

A necessidade de os centros comerciais possuírem mais áreas verdes também foi identificada em um levantamento realizado no Brasil por Alexandre Ferreira, mestre em competitividade e varejo pela FGV, e executivo do Terral Shopping. Em parceria com Gilberto Sarfati, professor da FGV, a pesquisa ouviu cerca de 50 especialistas do varejo, entre comerciantes, gerentes de lojas, gestores, arquitetos e desenvolvedores de shoppings.

“Os shoppings deverão ter áreas verdes e estações para retirar itens comprados pela internet, por exemplo”, afirma Ferreira. “Esse é um conceito que atende a diferentes gerações”.

Experiência de acolhimento

As lojas em seu modelo atual devem dar lugar a negócios que entregam não apenas produtos e serviços, mas também uma experiência de bem-estar, convívio e partilha com os clientes.

Mais uma vez, é importante lembrar que essa necessidade provavelmente vem de um longo período de isolamento e distanciamento da população. Por isso, antes de programar a reabertura do seu comércio, comece a planejar de que maneira os seus clientes poderão se sentir mais acolhidos quando o atendimento presencial for retomado.

Mais que vendas: consultorias

O estudo também mostrou que a pandemia deixou os consumidores ainda mais exigentes em relação ao atendimento prestado nas lojas físicas.

Os clientes esperam muito mais que um “vendedor” para oferecer um atendimento comum. Eles desejam encontrar uma consultoria relacionada ao produto ou serviço pelo qual eles buscam.

Com o aumento das compras online, impulsionadas pela pandemia, as lojas físicas ganharam a responsabilidade de oferecer um atendimento personalizado para se destacar. O que você pode fazer para que o atendimento em seu comércio fique ainda melhor?

Delivery

Os shopping centers sempre lidaram com a parcela de consumidores que só vai ao centro comercial quando necessário e que têm a rotina corrida. E com a ideia de compras por drive thru, que cresceu durante a pandemia, esse modelo de compra pode continuar fazendo sucesso, especialmente para aqueles que buscam mais praticidade para a sua rotina. No estudo, os entrevistados afirmaram que, eventualmente, após a reabertura, pretendem continuar fazendo compras online com retirada nas lojas físicas.

Espaços para reuniões

De acordo com Alexandre Ferreira, o aumento de pessoas em home office também deve mudar a rotina dos shoppings centers. “Os shoppings tendem a se transformar em um grande coworking, um espaço para reuniões, atendimento a clientes e encontros de pessoas do trabalho”, defende.

Para ele, esses locais passarão a ser mais utilizados para reuniões, apesar de mais raras, que precisam ocorrer de forma presencial. Essa também pode ser uma grande oportunidade para cafeterias, por exemplo, que oferecem um ambiente propício e agradável para conversas mais formais.

Os shoppings situados em regiões de escritórios, como o JK Iguatemi, Frei Caneca e Cidade São Paulo, por exemplo, deverão ser mais procurados para essa finalidade. “A lógica é a seguinte: você deixa de encontrar cliente e o seu pessoal de trabalho nos escritórios e marca as reuniões nos shoppings, espaços onde você pode trabalhar, almoçar, fazer compras, passar por uma consulta e ir à academia”, diz Gustavo Carrer, consultor de varejo e head de desenvolvimento de negócios da Gunnebo, empresa de tecnologia para o varejo.

A ideia agrada muito os consumidores e pode ser uma grande oportunidade de negócio para empresários que desejam inovar na reabertura dos shoppings. E você? Qual das dicas acima consegue agregar à sua empresa na volta do atendimento presencial?

Por ACSP