Reativação da iluminação a gás no Centro Histórico de São Paulo movimenta região central

Extintas há quase um século, a iluminação a gás retorna ao centro histórico de São Paulo, promovendo o resgate de um sentimento nostálgico e convidativo que visa estimular a vinda das pessoas para centro da cidade, gerando maior movimentação pelas ruas e, por consequência, maior viabilidade econômica e empregos.

O projeto da Comgás, juntamente com a prefeitura e a administração do complexo histórico, cultural e religioso da Companhia de Jesus em São Paulo, reativou os lampiões localizados na área interna e externa do Pateo do Collegio, berço histórico da cidade.

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) acredita no resgate do centro histórico para a autoestima do paulistano. O presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, ressalta que a região possui atrações para todos os gostos e faixas etárias, além de mencionar que a união de esforços é extremamente bem-vinda no projeto "Todos pelo Centro", que une órgãos públicos, sociedade civil, entidades de classe e iniciativa privada em prol da revitalização da região central da cidade de São Paulo.

O trajeto, todo iluminado pelas luzes antigas, iluminará desde a rua Boa Vista, junto ao Pateo do Collegio, até o Solar da Marquesa, na rua Roberto Simonsen. É sabido que a iluminação pública é parte fundamental para a requalificação do centro de São Paulo. Uma boa iluminação promove segurança, credibilidade ao comércio e, literalmente, acende a beleza das ruas, prédios e estruturas históricas do centro de São Paulo. 

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o subprefeito da Sé, Alvaro Camilo, afirma que a boa iluminação pública inibe as ocorrências policiais. "Dentre os fatores de prevenção primária dos crimes, a iluminação é fundamental. Além disso, traz visitas, passeios e eventos. Pessoas circulando propiciam mais segurança para o centro de São Paulo.", afirmou o subprefeito.

De acordo com dados da SP Regula, responsável pelas concessões dos serviços públicos, foram instalados 130 novos refletores com ganho de 30% em fluxo luminoso e em qualidade de distribuição de luz no Triângulo Histórico (Largo São Bento, Pátio do Colégio e Largo de São Francisco) nos últimos meses.

Histórico. A história das luminárias começou em 1873, quando a San Paulo Gas Company, a atual Comgás, passou a ser responsável pela iluminação da fachada de marcos importantes da cidade, como a Catedral da Sé.

Naquela época, o gás era obtido pela queima do carvão — bem antes disso, existiam lampiões que funcionavam pela combustão do azeite, ocasião na qual havia cerca de 700 estruturas do tipo pela metrópole, extintas nos anos 30.

A tarefa de acendê-los e apagá-los, de manhã e à tarde, fazia parte do cotidiano e até inspirou crônicas e canções. Os versos "lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz" foram eternizados por Inezita Barroso.

O primeiro contrato da Light com o Governo do Estado para Iluminação Pública foi firmado em 1911. Em 1916 ainda havia 8.605 lampiões a gás e 864 lâmpadas elétricas, de arco ou de filamento, na cidade de São Paulo. No ano seguinte foi dado início à substituição das lâmpadas de arco por incandescentes.

Foi, no entanto, com a expansão da economia cafeeira, deslocando o centro exportador do café para São Paulo, que houve um impacto decisivo no processo de urbanização da cidade, gerando a execução de obras que foram acompanhadas novamente pela Iluminação Pública.

Fonte: Arquivo Comgás.

 

Por ACSP