O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Roberto Mateus Ordine, participou, nesta quinta-feira (29), da reunião mensal do Comitê de Avaliação da Conjuntura do Instituto de Economia Gastão Vidigal. Nessa reunião, membros do comitê receberam o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, e estiveram acompanhados pelo coordenador do comitê, Edy Luiz Kogut, e pelo economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo. O presidente Ordine deu as boas-vindas ao convidado e enfatizou o papel da entidade no estímulo ao empreendedorismo. Em seguida, o convidado fez uma apresentação sobre o atual cenário macroeconômico.
Embora demonstre otimismo com os indicadores de inflação brasileira, que está em torno de 4,8%, e a queda do desemprego para 7%, Barbosa apontou alguns riscos para a economia brasileira até 2024. Ele destacou a tendência de alta no mercado de petróleo devido à guerra na Ucrânia, mencionando que os preços chegaram a US$115,00 em 2022 e agora estão em US$ 90,3 após um período de queda.
Outra preocupação do economista é com os juros altos nos EUA, que podem impactar negativamente os investimentos estrangeiros no Brasil. O aumento da taxa de juros americana para 5,18%, em comparação com 0,10% em 2021, pode atrair o capital internacional com menos risco para os Estados Unidos.
O terceiro risco apontado por Barbosa está relacionado à desaceleração que a China tem demonstrado nos últimos meses. Ele ressaltou que a China possui uma capacidade de adaptação governamental que pode criar movimentos e ajustes rápidos na economia. Essa desaceleração na China pode ter um impacto importante no cenário global, embora o Brasil, como exportador de alimentos, possa ser menos afetado.
Por outro lado, o Brasil apresenta alguns dados positivos que aumentam o otimismo em relação ao futuro, como o aumento do salário mínimo para R$ 1.320, a desoneração do Imposto de Renda para até 2 salários mínimos, o adicional de R$ 150 por filho no Bolsa Família, o aumento salarial para servidores, o programa Desenrola Brasil e o programa automotivo. Tudo isso indica a continuidade da redução da taxa Selic, inflação mais baixa e maior disponibilidade de crédito.
Por ACSP
