Executivos da Saphyr, empresa administradora de shopping centers, fizeram uma apresentação dia 20/4 para representantes de grandes redes varejistas do País. Durante reunião do Conselho do Varejo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), eles detalharam os planos de expansão da companhia em parceria com a construtora Celi, dona do City Outlet Aracaju - primeiro e único outlet urbano do Brasil, previsto para ser inaugurado no segundo trimestre de 2019.
A Saphyr é uma das principais companhias brasileiras do setor de shopping. Atua em todas as etapas, desde a concepção até a gestão do negócio. Fundada em 2002, a empresa tem atualmente portfólio de 14 shopping centers em diferentes estágios. Os investimentos estão estrategicamente diversificados por região e segmentados por diferentes perfis de consumidores.
“Hoje o foco é a integração entre o varejista e o empreendedor de shopping, não se pode quebrar elos nessa cadeia”, observou Nelson Kheirallah, coordenador do Conselho do Varejo/ACSP e também vice-presidente da entidade.
“Nossa missão é oferecer uma experiência de varejo ao nosso cliente. É para esse caminho que nosso negócio está indo”, disse o CEO da Saphyr, Thiago Leitão de Lima, a um grupo de diretores de empresas que, se somadas, chegariam a mais de 15 mil lojas país afora. Segundo Lima, o objetivo da companhia é adotar um mindset de varejo com foco nas pessoas. Em outras palavras, a Saphyr quer posicionar seus shopping centers como parceiros das lojas na atração, com retenção de consumidores e aumento o ticket-médio, tornando mais agradável a experiência de visitação aos centros de compra.
A tarefa não é fácil. Concorrentes da Saphyr - Iguatemi, BR Malls e Multiplan - estão deixando a visão tenant oriented para uma visão mais consumer centric. Aliás, em toda a América Latina, exceto no Brasil, os grandes operadores de shopping sempre tiveram esse viés, justamente por serem oriundos do varejo. Mas no Brasil o setor se desenvolveu via mercado financeiro ou mercado de real state. Agora o setor deixa de pensar só em formas de atrair lojistas que ocupem os espaços do shopping para atuar junto deles na atração de consumidor, que é a grande alma do negócio. Isso por meio de ações promocionais com todas as lojas ou um conjunto delas, em vez de cada uma fazer sua promoção, por exemplo.
Somando-se seus 13 empreendimentos (quase todos no Norte e Sudeste), a Saphyr controla e administra uma Área Bruta Locável (ABL) de 390 mil metros quadrados - os números são do final de 2017, após vendas e aquisições. Com isso, a Saphyr se posiciona na nona colocação entre as maiores companhias de shopping centers do Brasil em termos de ABL. São duas mil lojas em 12 shoppings, a maioria voltada para o público A/B, com alguns dos empreendimentos estendendo-se ao B/C. “Queremos prover um mix cada vez mais adequado e aderente ao nosso consumidor”, destacou Lima.
Ao lado do mindset de varejo, outros dois pilares completam o tripé do modelo de negócio da Saphyr: encantamento e conversão de vendas. A empresa quer usar seus shoppings como provedores de experiências aos consumidores, criando um mix adequado de lojas e serviços (incluindo universidades), ambientação competitiva, serviços intercomplementares e conteúdo de alto nível. “Nosso objetivo antes era só colocar lojista dentro da loja. Agora, olhamos o consumidor, até para competir com o e-commerce”, disse o CEO da Saphyr.
“Iluminação, paisagismo, mobiliário, tudo isso é uma grande preocupação nossa, inclusive o Wi-Fi, que hoje é o novo banheiro. Temos que oferecer uma velocidade adequada com o mínimo de dificuldade”, explicou Frederico Youssef, diretor de operações da Saphyr.
Um dos cases da companhia é o Pátio dos Dragões, evento realizado em março deste ano no Shopping Pátio Maceió que gerou o melhor desempenho da história do empreendimento, atrás apenas dos meses de dezembro. Foram 48% a mais de vendas (28% nas mesmas lojas).
Outros quatro shoppings formam os cinco principais empreendimentos da Saphyr, que tiveram seus planos de expansão detalhados na ACSP: Metrô Tucuruvi (SP), Paralela (BA), Granja Viana (SP) e Fashion Mall (RJ).
No Tucuruvi, que é um empreendimento de cinco níveis, o plano é diversificar o mix de lojas. Somente no ano passado, 40 novos varejistas e serviços entraram no Tucuruvi. “Só temos dois restaurantes lá e sabemos que restaurante é âncora. Temos o projeto de um polo gastronômico para complementar com o cinema”, revelou Youssef, lembrando que há pouco foi lançado projeto de clube de relacionamento do shopping, que já virou referência para os outros empreendimentos da Saphyr.
Em relação ao Fashion Mall, Youssef frisou que foi comprado no pico da crise do varejo. Após pesquisa com consumidores, a Saphyr percebeu que o empreendimento tem três grandes pilares: gastronomia, lançamento de tendências e conveniências. “Temos um público familiar muito forte no shopping, em especial em São Conrado e Jardim Oceânico”. Nesse sentido, o executivo ressaltou que uma unidade da Forever 21 será inaugurada em breve, justamente para que o Fashion Mall seja um ponto de conveniência para toda a família, das crianças ao idosos.
Por Conselho do Varejo