Temas em Análise 310: IPCA Desacelera em Junho, mas se Afasta ainda mais da Meta Anual

IPCA DESACELERA EM JUNHO, MAS SE AFASTA AINDA MAIS DA META ANUAL

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial, em junho, apresentou alta de 0,53%, ante 0,83% anotado no mês anterior, abaixo do que esperavam os analistas de mercado. Apesar dessa desaceleração, no acumulado em 12 meses, o IPCA avançou para 8,35% (ver tabela abaixo), ficando cada vez mais longe do limite máximo anual permitido (5,25%).

O principal responsável pela alta mensal foi o reajuste da energia elétrica, cuja tarifa passou para a bandeira tarifária vermelha patamar 2. Os aumentos dos preços de combustíveis e alimentos também contribuíram para a elevação do índice. Os núcleos de inflação, que sinalizam a variação do IPCA, excluindo-se a influência dos preços mais voláteis, tais como os relativos a alimentos e energia, mostram avanço em termos anuais (12 meses).

Também houve desaceleração da inflação em junho, de acordo com o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que mostrou alta de 0,11%, ante elevação de 3,40%, observada no mês anterior. A variação em 12 meses desacelerou ligeiramente para 34,53%, nível ainda suficientemente elevado para pressionar os custos de produção.

 

 

Em síntese, apesar da desaceleração da inflação oficial em junho, esta continua avançando em termos anuais, em decorrência de pressões advindas dos custos de produção, devido aos aumentos dos preços das matérias primas agrícolas e industriais no mercado internacional, refletidas no elevado nível do IGP-DI. Para julho, espera-se nova aceleração do IPCA, “contratada” pelos novos reajustes da energia elétrica e dos combustíveis anunciados recentemente.

Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal