INDÚSTRIA SEGUE TRAJETÓRIA DE RECUPERAÇÃO EM JUNHO,
MAS COMEÇA A DAR SINAIS DE ESTABILIZAÇÃO
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em junho, a produção industrial exibiu alta de 12,0%, na comparação com o mesmo mês de 2020 (ver tabela abaixo), enquanto no acumulado de 12 meses, o crescimento alcançou a 6,6%, mais intenso que aquele observado na leitura anterior. Durante o primeiro semestre do ano, também foi registrada forte expansão de 12,9%, no contraste com o mesmo período do ano passado. Contudo, tanto em relação a maio, livre de efeitos sazonais, como ao aplicar-se a média móvel trimestral, a produção do setor ficou estável.
Embora as comparações anuais estejam fortemente beneficiadas pela fraqueza da base de comparação de 2020, a indústria continuou mostrando trajetória de recuperação, evidenciada quando se contrastam os resultados atuais com o desempenho observado em 2019, período anterior à pandemia, observando-se expansão, ainda que em proporção muito menor. Essa recuperação também se explica pelo aumento das exportações e pela maior demanda de máquinas e equipamentos (bens de capital) proveniente do agronegócio e da construção. No comparativo anual, todas as quatro categorias de uso incluídas na pesquisa do IBGE apresentaram expansão, com destaque para veículos, máquinas e equipamentos.
Apesar disso, os resultados na margem sugerem certa acomodação da atividade, que pode ser explicada pelos aumentos de custos e pela falta de insumos, principalmente semicondutores, que afeta negativamente vários segmentos da indústria, além da substituição da demanda por bens industriais pela de serviços, à medida em que as medidas de isolamento social são flexibilizadas.
Em síntese, em junho, a atividade industrial manteve a trajetória de recuperação observada nos meses anteriores, porém, mostrando acomodação na margem. A perspectiva para o resto do ano segue sendo positiva, com a volta do auxílio emergencial, o avanço da vacinação, a maior geração de empregos e a recuperação da confiança dos empresários industriais.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal