Temas em Análise 319: Varejo decepciona em Junho, mas poderá mostrar Recuperação a partir do Último Trimestre

VAREJO DECEPCIONA EM JUNHO, MAS PODERÁ MOSTRAR
RECUPERAÇÃO A PARTIR DO ÚLTIMO TRIMESTRE

Os volumes de vendas do varejo restrito (que não incluem veículos e material de construção) e do ampliado (que consideram todos os segmentos) apresentaram, em junho, quedas de 0,3% e 3,1%, respectivamente, em relação a igual mês de 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (ver tabela abaixo). No acumulado em 12 meses, os volumes comercializados também diminuíram em 0,9% e 0,8%, respectivamente, mostrando piora em relação à leitura anterior.

 

 

Esses resultados vieram abaixo do esperado, mas, em geral, podem ser explicados pela aceleração da inflação, que reduz o poder aquisitivo das famílias, e pelas maiores taxas de juros. Os dois segmentos mais prejudicados pelos fatores anteriores são os de móveis e eletrodomésticos, veículos e material de construção. Os consumidores parecem estar utilizando a renda adicional gerada pelo Auxílio Brasil, pela antecipação do 13º de aposentados e pensionistas e pelo saque-aniversário do FGTS na compra de itens mais básicos, tais como farmácias, combustíveis e lubrificantes, tecidos, vestuário e calcados.

Em síntese, o varejo em junho mostrou “perda de fôlego”, que, de acordo com o modelo de previsão do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), deverá continuar até o último trimestre do ano (ver gráfico abaixo). Apartir de então, segundo o mesmo modelo, poderá mostrar recuperação impulsionada pelo aumento do Auxílio Brasil e da concessão de outras transferências de renda por parte do Governo Federal, pelo avanço da ocupação, terminando o ano com crescimento de 2,2% e pela melhora das expectativas com relação ao futuro por parte das famílias, captada pelo Índice Nacional de Confiança do Consumidor (INC), divulgado pela ACSP em julho.

 

Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal