SETOR SERVIÇOS MOSTRA LIGEIRA PERDA DE DINAMISMO EM JANEIRO
Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em janeiro, o volume de serviços prestados apresentou redução de 3,1%, livre de efeitos sazonais, surpreendendo negativamente as previsões de mercado. Contudo, no contraste com o mesmo mês de 2022 e nos últimos 12 meses, houve altas de 6,1% e 8,0% (ver tabela), respectivamente, menos intensas que as registradas na leitura anterior. A PMS foi reformulada, ampliando a amostra de empresas, e adicionando novos tipos de serviços, em linha com os tempos modernos, tais como delivery, aplicativos de transporte e streaming.
O resultado mensal reflete, em grande parte, o efeito da elevada base de comparação de dezembro, mas, as expansões em relação a janeiro do ano passado e em 12 meses parecem sugerir que o setor passa por uma perda de dinamismo, reflexo da desaceleração do emprego e da renda e das maiores taxas de juros.
No confronto anual, quatro das cinco atividades consideradas na PMS mostraram expansão, com destaque para os serviços prestados às famílias, notadamente hotéis, restaurantes, bufês e atividades de condicionamento físico, e serviços de alojamento e alimentação, impulsionados pela época de férias.
Também se destacaram transportes, que representaram a maior influência positiva, principalmente de tipo terrestre, enquanto o aéreo recuou pelo encarecimento das passagens. Também é digno de nota o exuberante crescimento do transporte de passageiros.
Outras contribuições positivas vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares, impulsionados pela contratação de técnicos profissionais, e serviços de informação e comunicação. Em particular, o agregado do turismo apresentou forte crescimento na comparação com janeiro do ano passado. O único recuo ocorreu no ramo de outros serviços, em decorrência da queda das atividades financeiras e de corretagem de títulos.
Em síntese, no primeiro mês de 2023, o setor serviços surpreendeu negativamente, mas seguiu crescendo em base anual, mostrando perda de dinamismo. A perspectiva para o resto do ano é de continuidade da desaceleração, em linha com o arrefecimento da atividade econômica e passado o efeito do retorno às atividades presenciais.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal