Temas em Análise 335: Varejo "Perde Fôlego" em Maio, mas deverá fechar 2023 com Leve Crescimento

Varejo “Perde Fôlego” em Maio, Mas Deverá Fechar 2023 com Leve Crescimento

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o varejo restrito (que não inclui veículos, material de construção e atacarejo) apresentou, em maio, queda mensal de 1,0%, acima das expectativas de mercado, também recuando nas mesma proporção, na comparação com o mesmo mês de 2022 (ver tabela abaixo). No acumulado em 12 meses, o volume de vendas cresceu 0,8% (coincidindo exatamente com nossa projeção – ver gráfico na página seguinte), desacelerando em relação a abril. As vendas do varejo ampliado (que inclui todos os segmentos) embora também tenham apresentado contração mensal, que alcançou a 1,1%, cresceram 3,0% sobre maio do ano passado, enquanto, em 12 meses, aumentaram 0,2%, ante estabilidade na leitura anterior.

Na análise anual, cinco dos onze segmentos pesquisados registraram queda nas vendas, incluindo vestuário, outros artigos de uso pessoal e doméstico, livros, jornais, revistas e papelaria, equipamentos e material para escritório e material de construção. Na contramão, combustíveis e lubrificantes, supermercados, móveis e eletrodomésticos, veículos, além do atacarejo, tiveram um aumento no volume de vendas.

O desempenho do varejo em maio reflete, em geral, uma “perda de fôlego” do consumo, afetado negativamente pelos juros altos, pela escassez de crédito e por uma inflação ainda resiliente, levando as famílias a privilegiar as compras de itens mais básicos, e menos dependentes do crédito, mesmo em datas importantes, como o Dia das Mães.

A perspectiva para 2023 é de alta moderada para o varejo restrito (1,6%), impulsionada pelo crescimento da renda, em decorrência da resiliência do mercado de trabalho e do aumento das transferências governamentais, e pela recuperação da confiança do consumidor, além da redução da taxa básica de juros (SELIC). Iniciativas do governo, tais como a redução do preço de carros populares e o programa de renegociação de dívidas também poderão ajudar na retomada das vendas.

 

Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal