Em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), voltou a acelerar, superando as expectativas de mercado, mostrando alta de 0,4% ante 0,2%, observada em abril. Assim, a inflação acumulada em 12 meses também acelerou, alcançando a 2,86%, ante 2,76% registrado na leitura anterior (ver tabela abaixo).
O maior aumento do IPCA em maio foi causado fundamentalmente pelos aumentos dos preços da gasolina e dos alimentos, fruto da paralisação dos caminhoneiros ocorrida no final do mês.
Por outro lado, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou aceleração muito mais intensa, entre abril e maio, com alta que passou de 0,93% para 1,64%, levando o
acumulado em 12 meses a se elevar de 2,79% para 5,20%, respectivamente. A greve dos caminhoneiros pressionou os preços das matérias primas (IPA), principalmente no caso das industriais (IPA IND), afetadas pela elevação do custo dos combustíveis. Os fortes
aumentos da taxa de câmbio também contribuíram para a maior inflação do atacado.
Em síntese, houve aceleração da inflação em maio, explicada pelo comportamento do câmbio e pela paralização dos caminhoneiros, cujos efeitos tendem a se estender durante o mês de junho. Outro elemento que permite prever maior alta de preços neste mês é o reajuste programado para as tarifas elétricas. Em todo caso, a perspectiva para o ano como um todo continua sendo que a inflação oficial, medida pela variação do IPCA, fique abaixo da meta perseguida pelo Banco Central (4,5%).
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal