Temas em Análise nº 344: Inflação recua em abril, mas acelera em termos anuais, ficando cada vez mais longe da meta

Inflação recua em abril, mas acelera em termos anuais, ficando cada vez mais longe da meta

Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, teve uma alta de 0,43%, menor do que a registrada no mês anterior e em linha com o que era esperado pelo mercado. Em relação ao acumulado em 12 meses, acelerou para 5,53%, ficando ainda mais acima do limite máximo estipulado pelo Banco Central (4,50%).

A alta dos alimentos continua pesando, desacelerando no mês e avançando em 12 meses. Também houve aceleração anual da inflação dos serviços e do núcleo da inflação, que exclui os preços mais flutuantes. Os aumentos de preços foram mais disseminados em comparação com o mês anterior, afetando a 67% dos itens da cesta básica.

Por outro lado, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 0,30% em abril, mas desacelerou em 12 meses para 8,11%, devido à queda nos preços de importantes matérias primas agrícolas e industriais.

Em resumo, em abril, o IPCA apresentou aceleração em termos anuais, com aumento de preços mais espraiados e ficando cada vez mais longe do limite máximo da meta oficial de inflação. Enquanto isso, o IGP-DI desacelerou em 12 meses, aliviando a pressão dos custos de produção sobre os preços finais.

Para os próximos meses, a nova safra, que deve ser recorde, pode diminuir a intensidade dos aumentos de preços dos alimentos, provocando desaceleração no IPCA, mas o resultado final também dependerá da evolução da taxa de câmbio. A cotação do dólar, por sua vez, será determinada externamente pelos desdobramentos da guerra comercial Estados Unidos-China e internamente pelos resultados fiscais. Nesse sentido, é imprescindível reestabelecer a solvência das contas públicas.

Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal - 15/05/2025