Temas em Análise nº 351: Varejo Cresce em Agosto, Mas Segue Perdendo Ritmo

Varejo Cresce em Agosto, Mas Segue Perdendo Ritmo

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em agosto, as vendas do varejo restrito (que não incluem veículos, material de construção e “atacarejo”) registraram alta de 0,2%, em termos mensais, livres de efeitos sazonais, confirmando as expectativas de mercado. Na comparação interanual, o aumento foi 0,4%, enquanto, no acumulado em 12 meses, a alta foi de 2,2% (ver tabela abaixo), totalmente em linha com nossa projeção (ver gráfico na página seguinte), ante 2,5% registrado na leitura anterior. As vendas do varejo ampliado (que inclui todos os segmentos) apresentaram resultado melhor do que o esperado, em termos mensais, ao aumentar 0,9%, com ajuste sazonal, enquanto, na comparação com agosto do ano passado, houve contração (-2,1%), além de crescimento em 12 meses (+0,7%), menos intenso, em relação a julho.

Em termos interanuais, o comportamento dos segmentos do varejo restrito seguiu sendo menos
heterogêneo, com seis das oito atividades mostrando crescimento. Houve retração das vendas de hipermercados e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e equipamentos e material de escritório, informática e comunicação e aumento do volume comercializado de tecidos, vestuário e calçados; móveis e eletrodomésticos; combustíveis e lubrificantes; livros, jornais, revistas e papelaria; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria e outros artigos de uso pessoal e doméstico. No varejo ampliado, itens mais ligados ao crédito, tais como veículos e material de construção, além do “atacarejo”, continuaram apresentando quedas.

Em síntese, o varejo continuou mostrando sinais de desaceleração, devido aos efeitos negativos da maior taxa de juros, num contexto de alto grau de endividamento das famílias. Houve queda generalizada no varejo ampliado.

Pelos motivos anteriormente mencionados, prevemos a que as vendas do varejo restrito deverão desacelerar, de forma gradual, durante os próximos meses, mostrando maior volatilidade nos segmentos de bens duráveis, terminando o ano com crescimento de 2,0%.

 
 
 
 
 
 
 

Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal - 21/10/2025