
Na sexta-feira (26), a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizou o Seminário Nacional de Segurança Pública, que contou com a apresentação de 11 painéis. Especialistas de diversas áreas debateram dados e estratégias fundamentais para o fortalecimento da segurança pública nos âmbitos nacional, estadual e municipal.
A abertura do evento foi feita pelo presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, ao lado do vice-presidente Luiz Flávio Borges D’Urso, que destacou a importância da colaboração entre os diferentes setores da sociedade. “É fundamental realizarmos um esforço conjunto para fortalecer a segurança pública e construir caminhos mais justos e seguros para os cidadãos”, afirmou Ordine.
Pela manhã, entre os palestrantes, estiveram o secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Mário Sarrubbo, e o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite.
O painel 1 – “Políticas Nacionais de Segurança: Desafios e Perspectivas” com apresentação de Mário Saburro, secretário nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo abordou a importância da valorização das forças. “Não há como se fazer segurança pública, senão valorizarmos os profissionais. É necessário também fortalecermos a saúde física e mental dos policiais. Precisamos trabalhar de forma integrada!”.
Já o painel 2 – “Estratégias Operacionais da Polícia Militar no Combate ao Crime” ministrado pelo Coronel da PM, José Augusto Coutinho, comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo mostrou dados do estado de São Paulo com diminuição no número de roubos e latrocínios. “De janeiro a agosto de 2025, tivemos uma queda de 15,3% nos roubos em relação ao mesmo período de 2024. Os latrocínios caíram 23,9% e os roubos de veículos recuaram 13,3%. Em relação aos homicídios dolosos, a taxa média foi de 5,62 por 100 mil habitantes, entre abril de 2024 e março de 2025”, ressaltou.
O painel 3 – “A Segurança Pública no Estado de São Paulo”, com Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, abordou o combate ao crime organizado. “O Primeiro Comando da Capital (PCC) tem uma divisão de elite dentro da facção criminosa especializada em atacar autoridades e cometer roubos e assassinatos. Essa divisão é chamada de ‘restrita tática’, é especializada no uso de armamentos de grosso calibre”.
Derrite ainda comentou sobre o sistema de inteligência que de janeiro a setembro de 2025 foram identificados R$ 21,3 bilhões vindos do crime organizado. “O dinheiro apreendido do crime organizado está sendo investido na segurança pública do estado, por meio do programa Recupera SP, o que permite liberar parte da verba estadual para outras áreas”, destacou.
O painel 4 – “A Segurança Pública no Munícipio de São Paulo” teve a apresentação de Orlando Morando, secretário de Segurança Urbana da Cidade de São Paulo. Ele destacou a atuação das câmeras do Smart Sampa e o programa de monitoramento Muralha Paulista. “Por meio delas, os policiais militares e os guardas municipais são avisados instantaneamente em caso de roubo de residências, veículos e infratores foragidos. Além das câmeras espalhadas pela Prefeitura de São Paulo, agora os moradores da capital paulista poderão inscrever suas câmeras residenciais ou comerciais no programa de monitoramento, aumentando as chances de localizar infratores ou foragidos da polícia. Atualmente são 20 mil câmeras e, até 2028, teremos 100 mil conectadas”.
Marco Antônio Severo Silva, secretário-executivo da Secretaria de Administração Penitenciária do Governo do Estado de São Paulo, exibiu o painel 5 – “O Sistema Prisional de São Paulo – Desafios e Soluções”. “Se o Estado de São Paulo fosse um país, São Paulo seria o nono do mundo em termos de população prisional. Nós já estamos na faixa de 217 mil presos. Hoje, no Brasil, São Paulo responde por 31% de toda a população prisional”, pontuou.
Severo compartilhou que um dos desafios e soluções é separar essa população de acordo com os perfis. “Recentemente, tivemos que converter duas penitenciárias para abrigar exclusivamente condenados por crimes sexuais. Infelizmente, esse é o crime que mais tem crescido. Não posso manter esse tipo de preso em unidades comuns, pois, muito provavelmente, ele seria agredido ou até morto”.
O Simpósio continuou no período da tarde com a apresentação de mais sete painéis.
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Por ACSP - 29/09/2025