IGP-M e IPCA: qual é o melhor indicador para regular os aluguéis

Com a constante mudança na inflação e na cotação do dólar, muitos fatores têm movimentado o mercado financeiro e outros indicadores econômicos. Um deles é o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), que impacta diretamente a vida de milhões de brasileiros. Durante a pandemia muito tem se falado sobre o alto reajuste que o índice vem aplicando nos aluguéis, aumentando consideravelmente o preço de locação de inúmeros imóveis comerciais.

Esse aumento tem sido visto como uma situação que foge da realidade atual do comércio, visto que, por conta da pandemia, o comércio está de portas fechadas. Por conta disso, um dos maiores embates dos empresários tem sido o pedido para a troca do IGP-M pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) como regulador dos preços.

Segundo Fábio Bentes, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), o ano de 2020 teve a maior diferença entre os dois índices, fazendo com que a inflação do IGP-M fosse quase seis vezes maior do que a do IPCA. “Essa é uma situação que inviabiliza qualquer negócio”, afirma Bentes em entrevista ao Diário do Comércio. No ano passado, 75 mil estabelecimentos comerciais já fecharam as portas no país.

Com a pressão de milhares de empresários e lojistas, a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para o projeto de lei que determina a substituição do índice, usado nos contratos de locação desde 1991. Com essa aprovação, o projeto deve ser votado nas próximas sessões do plenário.

IGP-M e IPCA: afinal, quais são as diferenças entre os dois índices?

O IPCA é considerado o termômetro oficial da inflação no país, pois seu principal objetivo é monitorar a variação nos preços dos produtos de mercado para o consumidor final. Calculado desde 1979, o indicador identifica a variação nos preços do comércio e é utilizado pelo Banco Central para monitorar a inflação ou deflação no Brasil.

O IGP-M, por sua vez, funciona especificamente como uma “inflação do aluguel” e ajuda a definir os preços praticados no mercado imobiliário. Por isso, quando o indicador sobe demais, os inquilinos — sejam de imóveis comerciais ou residenciais — acabam sentindo a diferença no bolso.

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A definição dos seus reajustes tem como parâmetro outros três principais medidores: IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo), IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor-Mercado) e o INCC-M (Índice Nacional de Custo de Construção).

Como o IGP-M reajusta o preço dos aluguéis e aumenta o custo de vida do consumidor, isso será refletido no levantamento do IPCA. Ou seja, os dois indicadores estão relacionados, mas como o IPCA é calculado mês a mês, por categorias, cada aumento tem um peso diferente no cálculo. Como consequência, os reajustes são menores para o consumidor final.

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Por ACSP