
O Comitê de Civismo e Cidadania (COCCID), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGSP), organizou na tarde de ontem (15) sua segunda reunião do ano, comemorando, antecipadamente, o “Dia Nacional do Choro”, celebrado, anualmente, em 23 de abril. O encontro festivo, que contou com apresentações musicais do conjunto “Izaías e seus Chorões”, ocorreu no auditório da Casa, e emocionou a plateia com as execuções dos clássicos “Carinhoso” e “Lamentos”, de Pixinguinha, herdeiro de toda essa tradição musical e expoente do chorinho no País, entre outros sucessos.
Logo no início, uma novidade para as reuniões do COCCID: execução do Hino Nacional no ritmo do chorinho. “Este evento, em particular, ele precisa ser, de alguma maneira, mais informal. É dessa forma que eu peço que a gente ouça e tente cantar, mas, sobretudo, ouça o Hino Nacional brasileiro, perfilados, através do ritmo que trouxemos, o chorinho”, declarou Samir Nahkle Khoury, vice-presidente da ACSP e coordenador do comitê.
O conjunto musical, formado pelos irmãos Izaías e Israel Bueno de Almeida, respectivamente, no bandolim e violão-sete-cordas; Marco Bailão, violão-seis-cordas; Getúlio Ribeiro, cavaquinho; e Allan Gaia Pio, no pandeiro, deu um show no auditório, e executava as músicas pedidas pelo público presencial e on-line, via transmissão no Zoom e YouTube.
Entre uma música e outra, “Izaías e seus Chorões” respondia às perguntas da plateia, contextualizando a origem das obras, como no caso de “Lamentos”, de Pixinguinha, que resulta de um ato de racismo sofrido pelo compositor, e homenageava outros grandes nomes da MPB e intérpretes do choro, como Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim, Tia Amélia (Amélia Brandão) e muitos outros.
E por falar em Amélia Brandão, a jornalista Jeanne de Castro, autora da biografia “Tia Amélia – O Piano e a Vida Incrível da Compositora”, e que também já foi produtora do quinteto, aproveitou a oportunidade e convidou a todos para acompanharem, no YouTube, a websérie, em seis episódios, “Izaías e a Memória Viva do Choro”, que apresenta a trajetória artística do conjunto, que se mistura à própria história do choro em São Paulo e no Brasil.
Outra intervenção ao longo das apresentações foi a de um dos participantes que questionou o quinteto sobre o porquê de o gênero musical se chamar choro, uma vez que o ritmo é tão animado. “O choro [pode parecer] alegre, mas tem frases chorosas e lamentosas, e que, na verdade, foi criado para fazer chorar, e assim se popularizou”, explicou Izaías, já emendando com o grupo as músicas “Bonicrates de Muletas”, de Jacob do Bandolim, e “Sofres porque queres”, de Pixinguinha. Antes disso, o público acompanhou “Doce de Coco”, de Jacob do Bandolim; cantou, em uníssono, “Chega de Saudade”, de Tom Jobim; “Gente Humilde”, de Aníbal Sardinha; “Tão Só”, de Izaías de Almeida; e “1X0”, de Pixinguinha. O encerramento do espetáculo ficou reservado a “Migalhas de Amor”, de Jacob, e outro clássico: “Brasileirinho”, de Waldir Azevedo.
Das mãos de João Tomas do Amaral, presidente do IHGSP, os irmãos Izaías e Israel receberam a Medalha Cívico-Cultural “D. Pedro II”. A Medalha Comemorativa da ACSP e livro dos 130 anos da instituição também foram entregues aos homenageados, mas pelas mãos de Samir Nahkle e Adolfo Savelli, coordenador-adjunto do COCCID.
O Dia Nacional do Choro foi sancionado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no ano 2000, e é comemorado sempre no dia 23 de abril, data de nascimento do saudoso Alfredo da Rocha Viana Júnior, o Pixinguinha. Desde então, já são 25 anos de comemorações oficiais no Brasil, e, neste ano, festejamos também um marco: um século do lançamento do primeiro disco do compositor.
Durante essa reunião informal do COCCID, houve também, antes das apresentações musicais, homenagem à Valéria dos Santos, coordenadora de Conselhos da ACSP, em agradecimento ao seu apoio profissional na execução do roteiro turístico de Vila Formosa, em 2023. Ela recebeu um certificado emitido pela Câmara Municipal de São Paulo, assinado pelo então vereador Gilson Barreto e por Silvia Inez Machado, responsável da Comissão dos Festejos do Centenário do referido bairro da capital paulista.
Em seguida, Luis Delfino Cardia também fez uso da palavra para convidar a todos à 24ª Maifest 2025, tradicional evento de rua, realizado pela Associação dos Empreendedores e Moradores do Brooklin, que celebra a cultura alemã e seus imigrantes no Brasil. A edição deste ano celebrará o escritor alemão e Nobel de Literatura Thomas Mann; a TV Cultura e o maestro Julio Medaglia pelos 20 anos do Programa Prelúdio; e receberá três filósofos para roda de bate-papo.
O evento será realizado nos dias 17 e 18 de maio, das 10h às 22h, no quadrilátero das ruas Joaquim Nabuco, Princesa Isabel, Barão do Triunfo e Bernardino de Campos, no Brooklin.
Participaram também dessa segunda reunião do COCCID: Arnédio de Oliveira, mestre de cerimônia e superintendente institucional; Alexandre Ortiz, assessor especial da presidência para assuntos do centro; e Iracema Valadão, coordenadora-geral do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultrua (CMEC) na sede e nas Distritais.
Veja fotos: https://flic.kr/s/aHBqjC91Co
Por ACSP - 16/04/2025